A ação aponta que Zé Gordinho teria doado cerâmica para a reforma da igreja Assembleia de Deus Orações da Fé, localizada no residencial Paraíso, em troca de apoio político. De acordo com a denúncia, o pastor da congregação, Nunes Silva — conhecido como Pastor Cicinho — teria incentivado fiéis a votarem no candidato em grupos de WhatsApp, em reconhecimento à doação. Em vídeos incluídos no processo, o líder religioso aparece afirmando que "uma mão lava a outra", em referência à ajuda recebida.
O Ministério Público Eleitoral manifestou-se a favor da apreensão do celular do pastor, medida que foi autorizada e cumprida. No entanto, o laudo pericial sobre o aparelho não esclareceu se houve exclusão de mensagens. Diante disso, o juiz ordenou que a Polícia Federal informe, em até 15 dias, se houve tentativa de recuperar conversas trocadas entre o pastor e o prefeito antes de setembro de 2024.
A Justiça também solicitou esclarecimentos sobre a ausência de uma mídia citada no laudo técnico e negou a devolução do celular do pastor, considerando que o aparelho ainda pode conter elementos relevantes para o processo. Já o pedido da coligação para que fosse expedido ofício à empresa Meta (controladora do Facebook e WhatsApp) foi rejeitado por ter sido protocolado fora do prazo legal.
O caso segue em análise e pode resultar na cassação dos diplomas do prefeito e do vice, além de eventual decretação de inelegibilidade, conforme prevê a Lei Complementar nº 64/1990. A defesa do prefeito nega as acusações e solicita a improcedência da ação.