Após críticas, estátua da Beata Benigna será reconstruída em Santana do Cariri (CE)

 

A grandiosa homenagem à Beata Benigna Cardoso da Silva em Santana do Cariri, no interior do Ceará, reacendeu um importante debate sobre memória, fé e representação simbólica. Inaugurada em meados de 2024, a estátua de 26 metros de altura — equivalente a um prédio de oito andares — virou centro das atenções, não só pelo seu porte imponente, mas também pelas reações que provocou na população local.

O monumento integra um complexo religioso que recebeu cerca de R$ 15 milhões em investimentos, com estrutura que inclui uma capela, memorial, templo para missas campais, trilhas, estacionamento e áreas arborizadas. A expectativa era que o espaço se tornasse um ponto de peregrinação para os devotos da beata, cuja beatificação ocorreu em 2022, após ser reconhecida pelo Vaticano como mártir por ter morrido aos 13 anos resistindo a uma tentativa de abuso sexual.

Entretanto, assim que a escultura foi finalizada, começaram a surgir críticas nas redes sociais e na imprensa local. O principal alvo das reclamações foi o rosto da imagem, que muitos afirmaram não representar com fidelidade a delicadeza e inocência da jovem mártir. Para parte da comunidade, a obra não fazia jus à figura da "Heroína da Castidade", como é conhecida Benigna no imaginário popular.

Diante da repercussão negativa, a Prefeitura de Santana do Cariri anunciou oficialmente que a estátua passará por uma reformulação. O prefeito Dr. Samuel confirmou que o rosto da escultura será redesenhado e reconstruído com o acompanhamento da Diocese do Crato, numa tentativa de garantir que a nova versão reflita com mais precisão o espírito da beata e a devoção do povo.

A previsão é que a obra de reconfiguração seja concluída até outubro de 2025, a tempo da tradicional romaria que leva milhares de fiéis ao município. A reforma busca restaurar a confiança da população e valorizar ainda mais o papel de Benigna como símbolo de fé, resistência e pureza.

A história da beata tem tocado corações há décadas. Nascida em 1928 e assassinada de forma brutal, Benigna se tornou um ícone da religiosidade cearense. Sua beatificação, celebrada com grande fervor, elevou ainda mais seu status como figura de devoção no Nordeste.

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