A decisão, que também impôs multa de R$ 30 mil para cada um, jogou luz sobre uma prática recorrente no interior: o inchaço da folha de pagamento em anos eleitorais. Segundo os autos, houve um crescimento expressivo no número de contratações temporárias e cargos comissionados, sem justificativa técnica que sustentasse o aumento.
Documentos oficiais revelaram que entre 2021 e 2024 o número de temporários em Salitre subiu quase 90%, coincidindo justamente com o período que antecedeu a eleição. Para a Justiça, a manobra ultrapassou os limites da administração pública e acabou favorecendo a candidatura da situação.
Além dos números, testemunhas relataram pressões sofridas por servidores para apoiar a chapa governista. Houve ainda relatos de demissões de quem declarava simpatia por candidatos da oposição.
Dorgival e Viana tentaram reverter a condenação apresentando embargos de declaração, alegando contradições na sentença, desconsideração de provas e uso inadequado de prints de redes sociais. A estratégia, porém, não surtiu efeito: o Judiciário reafirmou que as evidências eram robustas e suficientes para comprovar a irregularidade.
A coligação adversária, “Unir para Reconstruir”, comemorou a decisão, afirmando que ficou evidente o uso da máquina pública como ferramenta de campanha.
Com a confirmação da inelegibilidade, os dois ex-gestores ficam de fora das urnas até 2032. A decisão não só altera o xadrez político local, mas também serve de alerta para prefeitos e vices da região: a Justiça Eleitoral está cada vez mais vigilante diante de práticas que desequilibram a disputa.
Redação: Daqui do Cariri
